sábado, 22 de maio de 2010

Medicalização

O Chapeleiro Maluco de "Alice no País das Maravilhas" não entende porque seu relógio quebrado não voltou a funcionar depois de tê-lo colocado na manteiga. Afinal, diz ele, "era a melhor manteiga!" Um absurdo tão desconcertante quanto o proposto por Lewis Carroll está ocorrendo com a expansão da medicalização. Por medicalização, entenda-se a utilização do modelo biomédico, sustentado no método clínico, para abordar problemas de ordem socio-econômico-cultural. Aplicado à compreensão do comportamento humano, ele conduz a uma visão individualizada e biologizante, tão boa quanto manteiga para consertar relógios.

"A medicina é uma ciência normatizadora, ela diz o que é bom e o que é ruim, da mesma forma como a Psicologia ou a Educação faz", diz Maria Aparecida Affonso Moysés, Professora Titular de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. "Ela apresenta, contudo, uma particularidade, apontada por Foucault, que a distingue de outras ciências: a de ter construído para si o seu próprio estatuto científico, baseando-se em duas promessas: a de ser capaz de resolver todos os problemas e a de se tornar desnecessária, uma vez resolvidos esses problemas". São promessas irrealizáveis, diz a professora, mas que, devido aos sucessos da ciência médica, deram ao método clínico um status especial e o transformaram no padrão para as demais ciências.
Como a medicalização se estende para outros campos? "Por meio da própria prática médica", responde Cida Moysés. "Quando estendo o acesso aos serviços médicos, estou fazendo uma extensão da normatividade médica. Em uma campanha de imunização, eu não levo só a vacina; eu levo a normatividade junto".

As conseqüências desse fenômeno podem ser facilmente percebidas. De acordo com a Doutora em Psicologia e Pesquisadora Científica do Instituto de Saúde de São Paulo e integrante do Núcleo de Saúde do CRP SP, Maria de Lima Salum e Morais, o olhar medicalizante se estendeu dos consultórios para a vida de tal forma que, atos cotidianos, como comer, andar ou ter relacionamentos amorosos, acabaram freqüentemente enquadrados no plano biológico da saúde. "A vida tem se tornado cheia de regras, com pouco lugar para a espontaneidade, levando as pessoas a agirem dentro de determinados padrões recomendados para o não-adoecimento".

Isso não significa que não se devam estender serviços médicos ou negar a efetividade do método clínico em sua própria área. Ainda assim, é preciso cuidado. Como observa Maria Salum, antidepressivos podem ajudar pacientes com diagnóstico de depressão, mas utilizá-los de forma exclusiva e sem uma compreensão mais ampla das circunstâncias que envolvem a pessoa é reduzir o sofrimento psíquico a um fenômeno individual e contribuir para que ele se torne crônico.

Analgésico social - Tudo isso, contudo, não basta para explicar a expansão da medicalização. "O método clínico cresce porque acalma conflitos", diz Cida Moysés. "Na verdade, a sociedade pede isso. Quando se está diante de uma criança com uma dificuldade de aprendizado, por exemplo, poder atribuir esse fato a uma doença, isenta de responsabilidades os pais, a escola e os governos", diz. Maria Salum acrescenta que, em uma sociedade que se habituou a soluções imediatistas, a idéia de escapar do sofrimento psíquico recorrendo a nada mais que um comprimido é tentadora e reforçada de várias formas.

Além dessas constatações de caráter mais amplo, Maria Salum cita três fatores decisivos para que a medicalização se expanda de forma continuada: 1) O modelo hegemônico de atenção à saúde centrado no sintoma, na doença desconectada da integralidade das pessoas; 2) O poder econômico das indústrias farmacêutica, cosmética e alimentícia, que faz com que a saúde seja tratada como mercadoria - o próprio medicamento sendo uma mercadoria especial uma vez que, respaldado pelo conhecimento científico, não é questionado; 3) A dificuldade do profissional de saúde em abrir mão do poder de medicar que lhe confere seu presumido saber técnico, fazendo com que medidas de prevenção e promoção da saúde, que levariam a relações mais horizontais, nas quais o usuário se co-responsabilizaria por sua saúde, sejam deixadas em segundo plano.

Várias ações têm sido propostas para combater a medicalização (leia boxe). Para os profissionais de psicologia, talvez o mais importante nesse combate seja repensar a questão da formação acadêmica. Ou seja, fazer com que os novos profissionais sejam formados dentro dessa perspectiva interdisciplinar, de trabalho em equipe, vivenciando desde o início da própria formação a realidade da população. "Já existem movimentos nesse sentido em algumas instituições acadêmicas", diz Maria Salum. Mas ainda é necessário que essas iniciativas ganhem uma abrangência maior. Quanto mais a sociedade tomar conhecimento de que há alternativas melhores ao seu alcance, menores serão as chances de comprar a manteiga rançosa da medicalização.

QUEM ESTÁ DOENTE? O ALUNO OU A ESCOLA?

As tentativas de lidar com casos de fracasso escolar como se eles fossem uma patologia são um exemplo de medicalização. Embora venha ganhando uma nova dimensão nos dias de hoje, o problema tem raízes bem antigas. Segundo Cida Moysés, a Saúde Escolar - cujo objetivo explícito era diminuir as taxas de reprovação - surgiu no Brasil na virada para o século XX, quando o número de escolas públicas era muito pequeno nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

"O que a análise dos documentos sugere é que a medicalização se origina da ação de "especialistas" da área médica, que apontam a existência de "crianças-problema" e se colocam como profissionais detentores do conhecimento científico necessário para a solução", diz. É este mecanismo de construção da demanda que constitui, segundo ela, o aspecto essencial da medicalização. "Com o fortalecimento do estatuto de ciência moderna da Medicina, a biologização de questões sociais passou a ser a resposta rotineira da sociedade para os conflitos sociais".
Nos casos de fracasso escolar, é comum que o aluno seja encaminhado a um psicólogo que acaba tratando o problema sem levar em conta o contexto no qual a dificuldade se apresenta.
"O resultado desse tipo de abordagem é que o aluno acaba sendo o único responsável por toda a situação", diz a psicóloga e especialista em educação, Beatriz de Paula Souza. "Não há como entender uma criança com queixa escolar sem ver o que está acontecendo na escola", diz.

A questão, segundo Beatriz, é que o modelo de escola tradicional é anacrônico. "A escola não é ahistórica. Ela está apoiada sobre pressupostos que recuam ao Fordismo e à Revolução Francesa". São os alunos que precisam se ajustar à sua estrutura rígida, sob pena de serem excluídos". As conseqüências são conhecidas. Como observa Beatriz, "as avaliações de desempenho de alunos do Ensino Fundamental no Brasil são tão ruins - conforme atestado pelos resultados do último SARESP (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) - que é impossível imaginar que a responsabilidade seja dos alunos".

A PATOLOGIZAÇÃO DE ADOLESCENTES AUTORES DE ATO INFRACIONAL
Não é apenas na Educação que a medicalização acaba servindo à solução de conflitos sociais. Na área da Criança e do Adolescente, esse mesmo movimento, ao qual também se pode designar como psiquiatrização, pode ser observado em iniciativas visando patologizar e criminalizar adolescentes autores de ato infracional.

"Adolescentes que cumprem medidas socioeducativas têm sido encaminhados de forma crescente para perícias cujo objetivo é aferir a sua periculosidade", diz Maria Cristina Vicentin, professora do pós-graduação em Psicologia Social da PUC-SP. Segundo ela, também é crescente o número de internações psiquiátricas de adolescentes por mandato judicial. "Recentemente a noção de periculosidade vem sendo usada cada vez mais difusamente, cada vez mais subordinada às exigências de "defesa social", vindo a se referir a tudo o que resiste ou escapa à rede das agências de bem-estar ou de controle social. Quando o abandono, a vulnerabilidade se apresentam como um problema "ingovernável", assumem certamente a forma de distúrbio ou de perigo, tendendo a ingressar cada vez mais no circuito da psiquiatrização ou da judicialização", afirma.

Isso não significa, segundo ela, que a complexidade das questões que afetam hoje a juventude possa prescindir das proposições e implementação de ações no campo da saúde mental. Tampouco se trata de negar a existência da demanda social quanto às turbulências e conflitos na relação com seus jovens. "Quando formulamos a idéia de que estamos frente à uma psiquiatrização estigmatizante é no sentido de que esta pode encobrir ou desconsiderar as múltiplas causalidades em jogo na deriva infracional, impedindo a leitura dos fenômenos sociais de exclusão, de vulnerabilidade social e subjetiva que lhe são também determinantes". Além disso, diz Maria Cristina, a postulação do sujeito como portador de 'transtorno de personalidade', 'quase incurável', dificulta que ele se reconheça com suas determinações psíquicas e sócio-históricas e impede que ele faça laço social, que supere as circunstâncias em que está colocado.

É contra essa situação que a ANCED - Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente e o Conselho Federal de Psicologia se posicionaram em documento conjunto. Entre outros aspectos, o manifesto ressalta a importância de se rever o papel dos atores de saúde e a necessidade de trabalhar para mudar a cultura de exclusão existente na sociedade.


SETE FORMAS DE COMBATER A MEDICALIZAÇÃO

Algumas propostas já estão consolidadas entre os profissionais que buscam meios de enfrentar a medicalização e os seus problemas. O quadro a seguir, mostra sete delas. Confira:

. Atuar em equipes multiprofissionais e interdisciplinares, utilizando conhecimentos das ciências humanas
- a própria Psicologia, a Saúde Coletiva, a Sociologia, a Antropologia, as Ciências Ambientais e Políticas - para orientar desde a pesquisa até ações profissionais e práticas institucionais;

. Fugir do modelo médico hegemônico e passar a estabelecer relações mais próximas com as pessoas, reconhecendo a importância do vínculo entre profissional de saúde e usuário;

. Realizar ações e intervenções fora do consultório, configurando relações com a comunidade, associações e outras instituições - como as de assistência social, justiça e educação -, visando ao diagnóstico precoce, à prevenção de doenças e à promoção da saúde;

. Ver, compreender e tratar o ser humano para além de seu corpo, incluindo suas dimensões psicológica, social e cultural;

. Respeitar a pessoa e o conhecimento dos usuários em relação ao próprio corpo e à própria saúde, conscientizando-se das conseqüências do poder atribuído ao saber técnico e tendo sempre presente suas limitações;


FONTE: http://www.crpsp.org.br/crp/midia/jornal_crp/155/frames/fr_medicalizacao.aspx

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Liderando e Desenvolvendo Pessoas (O Líder Coach)

Competências do coach

Coach, traduzido à letra significa treinador, um conceito plenamente enraizado no mundo desportivo. Na realidade empresarial temos o conceito coach que surge com o aparecimento crescente da prática de coaching, processo realizado entre o coach (treinador) e o coachee (treinado). Sendo o coaching um processo pelo qual o coachee é acompanhado pelo coach com o objectivo de alcançar as suas metas pessoais a curto, médio e longo prazo, identificando as competências explícitas e implícitas e reconhecer as fraquezas e fragilidades para a execução de determinadas funções no mundo empresarial. O Coach possui como missão primordial acompanhar e motivar o seu coachee a fim de que o próprio consiga por si só chegar ao caminho que o leve ao sucesso, sendo que este acompanhamento lhe permitirá apoio no que é necessário para o desenvolvimento profissional, e equilibrar este com seu desenvolvimento pessoal. Sendo que o primeiro deverá apenas fazer perceber ao coachee, se necessário, que o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é fundamental para que estas duas realidades que estão interligadas, possam coexistir sem conflito.

No desporto, nem todos os atletas, mesmo sendo de excelente nível, chegam a ser treinadores, mas por vezes atletas medianos ou até fracos tornam-se excelentes treinadores, basta olhar para a carreira de José Mourinho. Tudo isto porque ser treinador no mundo desportivo, tal como ser coach no mundo empresarial exige competências específicas para o desempenho dessa função. O facto de sermos um excelente profissional em alguma área não significa que sejamos um bom coach nessa mesma área, mas podemos, vir a sé-lo se treinarmos as competências necessárias.

As competências necessárias para se ser coach são inúmeras, no entanto, umas são mais importantes e evidentes que outras, sem descurar, que um coach mediante a área em que está a exercer a sua função poderá exigir competências muito específicas.

Um coach em primeiro lugar deverá ter uma visão estratégica para que possa estabelecer um plano de acção junto do seu coachee, devendo de imediato esclarecer até onde poderá ir a sua intervenção e que outras áreas deverão ser apoiadas por um consultor, um psicólogo entre outros, para que não sejam defraudadas expectativas. Devendo o coach ter a habilidade e o conhecimento claro para compreender e ajudar naquilo que o coachee procura, sendo estabelecidos critérios claros entre ambos do processo para se chegar ao objectivo que é proposto.

É fundamental ter-se e estabelecer-se um clima de confiança e proximidade havendo respeito mutuo. Sendo que o coach deverá ter a competência de não manifestar qualquer tipo de opinião verbal ou não verbal pelo aspecto do seu coach, valores ou outros pontos que possam criar uma barreira impedindo um contacto confiante entre ambos durante as sessões de coaching. O coach deve ser visto pelo coachee como um parceiro, que esta naquela função para o encaminhar.

Outro aspecto fundamental é a escuta activa, o coach necessita de ter a atitude de permanente escuta activa junto do seu cliente, devendo ter uma clara percepção do que o coachee diz, quer na realidade dizer, estando sempre atendo a sinais não-verbais e seus respectivos significados falando o menos possível, deverá ser o coachee a falar e a expressar-se o mais possível.

As necessárias questões a serem feitas pelo coach devem ser feitas de forma aberta e consequentemente de forma imparcial, estando aqui implícito um forte conhecimento no domínio da comunicação. Desta forma o coachee nunca sentira que existe alguma resposta certa ou errada, sendo levado a responder o que de facto pensa.

Por fim e mediante todas as informações que o coachee dá durante as várias secções o coach deve construir um feedback para que o seu cliente entenda a existência de outras realidades que não a sua, podendo construir outras realidades e perceber das suas potencialidades e fragilidades, encontrando assim respostas para que possa traçar com sucesso um caminho para aquilo que se propõe indo desta forma mais confiante e mais convicto do que o futuro lhe pode Verificar ortografiareservar.

A função do coach acarreta consigo uma inovação na gestão de recursos humanos, por este meio conseguimos desenvolver os colaboradores, permitindo aos mesmos que estejam bem cientes das suas potencialidades, fraquezas e que caminhos deverão traçar para que possam ter uma aprendizagem contínua dentro de uma empresa, havendo uma optimização dos seus recursos técnicos e emocionais.

A função de coach possui muitas mais competências, no entanto estão aqui indicadas apenas as que julgo serem fundamentais para que o processo seja eficaz, sendo que é essencial como já me foi afirmado por uma profissional da área, que para se ser coach tem que em primeiro lugar ser coachee.

domingo, 2 de maio de 2010

Justiça Restaurativa em BH

Palestra sobre Justiça Restaurativa

Justiça Restaurativa

A aula foi mediada por um Juiz de Direito . Este nos falou que a justiça restaurativa é mais que um movimento de conflitos, de reação.

Sistema Jurídico Retributivo:
-que lei violada?
-Quem fez?
-O que merece?
Sistema Jurídico Restaurativo:
-Quais danos?
-Quem é prejudicado?
-O que ele precisa?

Que devemos substituir o castigo pela restauração do dano.

Substituir a perseguição pelo encontro.
Substituuir a imposição pelo diálogo.
Substituir a coerção pela coesão.
Substituira culpa pela responsabilidade.

domingo, 18 de abril de 2010

Pesquisa em Psicologia

Palestra Professora Mônica

Tivemos na aula uma explicação com a Professora Mônica sobre pesquisa. Foi comentado que o Brasil tem pouca produção científica. Que pesquisar custa caro e que duas questões são relevantes: quem vai pagar e quem vai viver desta pesquisa. Geralmente são grandes empresas que fomentam as pesquisas. Para tal, devemos ter: obejetivo bem definido, objetivos gerais, justificativa(social, política e desejo social).

O Psicólogo Pesquisador

A pesquisa científica em Psicologia pode ser delineada utilizando-se tanto o tipo de pesquisa quantitativa, como a pesquisa qualitativa.
O método quantitativo na Psicologia Científica é mais utilizado na mensuração dos fenômenos psicológicos em forma de cálculos e estatística.
O método Qualitativo na Psicologia Científica é o mais justificado quando o contexto social é importante e deve ser considerado no bojo da pesquisa, ou ainda, quando o fenômeno a ser estudado é muito complexo, de caráter social e não atende às necessidades da quantificação, e quando se deseja conhecer os significados subjacentes aos fenômenos pesquisados.
Tanto o método quantitativo, como o método qualitativo na Psicologia Científica possui vantagens e desvantagens que devem ser consideradas no momento da escolha do método, levando-se em consideração o que será pesquisa e estudado e como se dará a compilação destes dados, a interpretação necessária e a demonstração dos resultados da pesquisa.
As vantagens do método qualitativo correspondem à compreensão de temas numa forma mais ampla subjacentes a um contexto específico, permite maior potencial de revelação do fenômeno social estudado, maior conexão de significados com a realidade pesquisada e os dados podem ser utilizados para estudos de todo o processo.
Como desvantagens do método qualitativo: a subjetividade do pesquisador envolvida na própria pesquisa, conclusões baseadas em características pessoais do investigador, necessidade de maior disponibilidade de tempo para coleta dos dados, interpretação, análise de conteúdo de entrevistas, etc. e requer ainda alto nível de experiência e habilidade do pesquisador.

FONTE: A Psicologia na NET

EMDR

A orgonoterapia é uma abordagem terapêutica psico-corporal criada por Wilhelm Reich a partir da psicanálise. Esta abordagem tem sido aperfeiçoada pela incorporação de novos recursos clínicos criados a partir dela mesma ou adaptados de outras especialidades terapêuticas. Neste artigo comentamos a utilização da técnica orgonoterápica de foto-estimulação, associada ao método EMDR.
O método EMDR (“Eye movement desensitization and reprocessing”), que significa dessensibilização e reprocessamento através do movimento ocular, foi criado em 1987 por Francine Shapiro. É atualmente considerado por muitos como a mais importante descoberta da década de 90 no campo das psicoterapias. Consiste em associar certas técnicas de estimulação corporal bilateral, particularmente a movimentação lateral dos olhos, a um conjunto de intervenções verbais conduzidas pelo terapeuta segundo um roteiro detalhado e protocolado pela autora. Baseia-se no fato de que as desordens pós-traumáticas e sintomas psicopatológicos em geral agregam imagens, sentimentos, e cognições negativas que não puderam ser devidamente processados devido a desequilíbrios bioquímicos e elétricos resultantes do stress que acompanha o evento traumático, permanecendo como que “congelados” no cérebro em sua forma original.
As descobertas de Le Doux, Henry, van der Kolk e outros pesquisadores indicam que as desordens de stress pós-traumático devem-se a alterações funcionais em algumas estruturas do sistema límbico e do córtex cerebral. A ativação da amígdala e a liberação de noradrenalina e outros neuro-hormônios durante o stress, inibem o hipocampo e os neurônios GTF e entorpecem certas áreas do neocórtex, prejudicando a interpretação cognitiva do evento traumático. As memórias são guardadas sob forma de sensações, imagens visuais e padrões motores ficando prejudicada sua representação semântica. Isto gera desajustes comportamentais e emocionais. O indivíduo perde a capacidade de diferenciar, por exemplo, entre o perigo que representa um leão solto no quintal de casa ou um leão na jaula do zoológico.
A intervenção rítmica do EMDR promoveria uma reconexão funcional entre as diferentes áreas dos dois hemisférios cerebrais, permitindo que estas informações fossem reprocessadas e integradas. Foi evidenciado por tomografia PET que após o tratamento com o método ocorre uma ativação de diversas áreas cerebrais incluindo a área de Broca, relacionada à fala, e um aumento da atividade de fibras do corpo caloso, que comunicam os dois hemisférios cerebrais.
A utilização de intervenções verbais associadas a técnicas de intervenção corporal, como a movimentação dos olhos, não é em si uma novidade, pois em orgonoterapia isso já é utilizado há mais de 30 anos. Porém o que o método EMDR traz de novo é a sistematização destas intervenções verbais, agregando memórias visuais, afetivas e cognitivas, e o fato de conduzi-las em sequência rápida de forma simultânea ou alternada com as intervenções corporais. Embora a história da criação deste método não tenha qualquer relação com a orgonoterapia, a sua similaridade com a abordagem psico-corporal reichiana permite associá-lo a algumas de suas técnicas corporais, principalmente a técnica de foto-estimulação ocular.
O método terapêutico de estimulação ocular com a luz em movimento foi criado pela orgonoterapeuta Barbara Goldenberg Koopman, discípula de Reich e Baker. Consiste em propor ao paciente que acompanhe com os olhos a luz de uma pequena lanterna que o terapeuta movimenta em trajetórias e ritmos específicos, permitindo que a luz incida sobre os olhos em diferentes pontos do campo visual. Esta técnica tornou-se clássica em orgonoterapia pelos resultados que proporciona no tratamento de diversos distúrbios psico-emocionais e somáticos.
Nos últimos anos, pesquisadores de diferentes especialidades criaram outras técnicas de foto-estimulação. O livro “Light Years Ahead” publicado em 1996 por Brian Breiling e Lee Hartley apresenta uma coletânea de métodos de tratamento psicossomático (“mindbody healing”) que utilizam a foto-estimulação ocular, confirmando sua eficácia no tratamento de grande número de doenças. Embora o livro não comente especificamente a foto-estimulação de B. Koopman, a comprovação dos efeitos terapêuticos de técnicas similares não só confirma como também fundamenta seus efeitos com base em descobertas recentes no campo das neurociências. Os efeitos terapêuticos desta técnica explicam-se por diversos fatores associados, que podem ser resumidos em 4 itens:
Ÿ   Estimula a manutenção contínua da visão binocular em diferentes pontos do campo visual, favorecendo a conexão funcional entre diferentes áreas dos dois hemisférios cerebrais e o reprocessamento de memórias de eventos emocionais, reconectando afetos e suas representações psíquicas.
Ÿ   Permite restaurar a coordenação dos movimentos conjugados dos dois olhos, favorecendo a orientação espaço-temporal e as funções psíquicas associadas.
Ÿ   Favorece a regulação das secreções hormonais do eixo hipotálamo-hipófise e da glândula pineal, contribuindo para a regularização das funções psicossomáticas associadas.
Ÿ   Ativa os neurônios GTF reproduzindo uma atividade elétrica cerebral similar aos períodos de sono REM, que hoje sabemos ter fundamental importância no processamento de informações ligadas a nosso equilíbrio psico-emocional
O estímulo à conexão funcional entre os dois hemisférios cerebrais e a ativação dos neurônios GTF, reproduzindo atividade elétrica cerebral similar ao sono REM são duas importantes similaridades entre esta técnica e o método EMDR.
A técnica original sugere o emprego da luz branca. Porém, considerando a importância da visão a cores na espécie humana e sua vinculação com nossas funções afetivas, desenvolvemos pesquisas clínicas com luzes de cor azul, verde e vermelha. A escolha destas cores baseia-se no fato de existirem três tipos de células na retina, chamadas cones, cujo máximo de absorção de luz corresponde a cada uma destas cores. A estimulação de cada uma delas gera impulsos nervosos que são conduzidos a diferentes regiões do cérebro. Os resultados clínicos obtidos, publicados na Revista da Sociedade Wilhelm Reich RS no 2, pg. 40-54 (1998) indicam que cada cor é seletivamente mais eficaz no tratamento de determinadas disfunções psico-emocionais e somáticas.
O trabalho com a luz favorece a evocação de memórias de eventos com importante significado emocional, e o acesso a conteúdos do inconsciente. Isto é particularmente frequente quando sugerimos ao paciente que durante o trabalho com a luz procure relatar as memórias, imagens e expressões relacionadas a estes episódios. Sua utilidade na elaboração e reprocessamento de eventos traumáticos parece ocorrer por mecanismos similares aos descritos por Shapiro, com o método EMDR. E é justamente na forma de conduzir as intervenções verbais, quanto à sua sequência e sistemática, que o método EMDR pode contribuir para a obtenção de melhores resultados com a técnica de foto-estimulação. Por outro lado, o estímulo luminoso parece produzir efeitos terapêuticos mais amplos e eficazes do que a simples movimentação dos olhos. Logo, cada um dos métodos tem algo a contribuir para o enriquecimento do outro e sua utilização conjunta pode melhorar sua eficácia terapêutica.

FONTE: EMDR

Sindrome de Burnout

Psicologia das Emergências

O assunto “trauma” vem adquirindo novos significados, considerando principalmente
acontecimentos sociais recentes, sejam eventos adversos, catástrofes, desastres,
sejam as situações-limite vividas pelas pessoas no cotidiano urbano. A psicologia
das emergências estuda o comportamento das pessoas nos acidentes e desastres
desde uma ação preventiva até o pós-trauma e, se for o caso, subsidia intervenções
de compreensão, apoio e superação do trauma às vítimas e profissionais do SAMU.
O assunto se estende às questões que vão desde a experiência pessoal do trauma
até os eventos adversos provocados por calamidades, sejam estas naturais e/ou
provocadas pelo homem. A psicologia das emergências é um tema de angústia
pública, sentimento difuso de mal-estar que se origina dos acontecimentos públicos
traumáticos, chamados estressores, tais como os acidentes de trânsito com vítima,
assim como os provenientes das demais situações limites de toda a violência
urbana. O trauma é uma experiência que explode a capacidade de suportar um
revés, traz a perda de sentido, desorganização corporal e paralisação da
consciência temporal, pode deixar marcas que influenciam a criatividade e a
motivação para a vida. Os objetivos nos primeiros auxílios psicológicos são de aliviar
as manifestações sintomáticas e o sofrimento, reduzindo os sentimentos de
anormalidade e de enfermidade. Um dos objetivos é a familiarização com temas
considerados complexos e muitas vezes distantes das discussões sobre trauma
psicológico, sendo que o problema da pesquisa é a compreensão da psicologia das
emergências e como colocá-la em prática. Os autores mais utilizados são Edgar
Morin, Alfredo Moffatt, Serge Moscovici, Gilles Deleuze e Michel Foucault, dentre
outros. São abordados os temas do não-reducionismo, da epistemologia de si
mesmo e da relação da Teoria das Representações Sociais com o EMDR
(dessensibilização e reprocessamento através de movimentos oculares). O método
desta pesquisa, com suporte na observação participante refere às questões da
complexidade, análise multirreferencial e de implicação. As técnicas mais utilizadas
foram entrevistas, grupos focais-“histórias significativas” e análise documental. É
indicado, como atitudes favoráveis pensar não a partir de algo, mas, sobretudo sobre
algo e que para mudar o modo de agir torna-se necessário modificar a imagem que
uma pessoa tenha de si próprio. Como conclusões da pesquisa, observou-se: que
as pessoas acidentadas trazem outros acontecimentos considerados difíceis junto
com o depoimento sobre o acidente, como situações de luto e de sofrimento com
familiares; que o estresse pós-traumático não é uma conseqüência inevitável do
trauma; que não há nenhuma orientação, ou rotina, nas missões de socorros e nos
documentos oficiais do SAMU sobre o tema psicologia das emergências. Também
são indicadas considerações finais sobre os temas da Síndrome de Burnout, sobre a
influência da instituição no cotidiano dos atendimentos, sobre a relação da clínica
com a psicologia social.
Fonte: A Psicologia das Emergências

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Complexo de Édipo e Orientação sexual

Denise Deschamps [denisedeschamps]
27/8/07

Para falar de investimentos sexuais dentro da psicanálise de Freud teremos que passar, necessariamente, pelo estudo do Complexo de Édipo.

O Complexo de Édipo faz parte da teoria montada por Sigmund Freud e fala de investimentos afetivos que fazemos em nossos primeiros anos de vida, ligados aos nossos “cuidadores”(que cumprem a função de cuidados com a criança) e que nos ajudam a estabelecer os vínculos afetivos e o investimento no outro(objeto externo). Com o receio da castração retraimos esses investimentos, entramos em período, chamado de latência, de onde só sairemos na entrada na adolescência, para então buscar novos objetos de investimento, agora totalmente sexualizados e priorizados pela primazia do genital.

Vejamos que não se fala mais em pai ou mãe, e sim naqueles que cumprem essa função. O aspecto principal do Édipo em nossa formação, está na interdição, na impossibilidade de se investir a libido em qualquer uma das funções, uma vez que o incesto é proibido por nossa civilização, e sendo segundo Freud, aquilo que a funda.

Partimos para a vivência do Complexo de Édipo munidos de nossa energia bissexual e será então que tornaremos como prioritária uma das duas correntes.

O complexo de castração envolve uma leitura mais literal e outra mais simbólica. Pode ser no Édipo, a ameaça que faz com que o menino abandone o desejo pela função mãe e retraia a libido, entrando na fase de latência,onde será constituído o Superego, ou seja a ameaça de perder o pênis operada
pela função pai(lei), o interdita. No sentido simbólico dá lugar ao sujeito psíquico, retirando-o da relação dual(simbiótica) e inscrevendo-o em um mundo onde passa a existir enquanto sujeito psíquico ou sujeito desejante em busca do outro(não sou da mamãe e a mamãe não é minha). No lacanismo quando não há a castração teríamos o sujeito preso à relação simbiótica e falaríamos na psicose, porque não estará inscrito no mundo simbólico ficando preso ao mundo do imaginário; já no chamado de? Segundo Momento? Ele percebe a castração mas nega que ela exista, tendo assim as perversões e no ?Terceiro Momento?, ele percebe e aceita a castração(teme) e teremos a neurose, e, se existe isso, a "normalidade" do funcionamento neurótico





Tudo isso se tornará mais complexo no que diz respeito as meninas, porque a castração seria na verdade não a resolução do Édipo, mas aquilo que a lança nele, separa-a da relação com o seu primeiro objeto de amor que é igual ao dos meninos - a mãe; e a lança na relação triangular fazendo investimento e identificações nas duas direções(feminino e masculino) até priorizar uma das correntes, para bem depois, de alguma forma, desistir e entrar em latência também. Chegam a afirmar que a mulher só resolveria a castração na vida adulta, quase sempre com a gravidez. Isso porque toda essa questão envolve ter o phalo(poder, pênis), quem tem ou quem não tem.

O menino desistirá da mãe(ou do pai), que se constituem em “objeto incestuoso”, por medo da castração(ameaça da função pai) e entrará no chamado período de latência onde o interesse sexual permanece meio que adormecido. É aquela fase que para quem lida ou já lidou com crianças encontrar-se-á o clube do Bolinha e da Luluzinha, eles não se topam muito, e implicam uns com os outros o tempo todo. Essa fase é importante porque nela se estará constituindo o Superego, que representará todas as normas e leis que seguiremos. "O Superego é o herdeiro do Complexo de Édipo" uma vez que é nele que viveremos a primeira grande lei ou corte representada pelo tabu do incesto.

O Édipo segundo o método apontado pela teoria freudiana, seria um fenômeno universal, aconteceria em todo ser humano inscrito em qualquer cultura, tendo no tabu do incesto seu principal postulado. Muitos antropólogos estruturalistas se empenharam em demonstrar o tabu do incesto em outras culturas. Então somos levados a ver que o que importa são as funções parentais(dos cuidadores) onde se localizarão o investimento e a identificação. No Édipo mais comum, descrito à larga até em tablóides, o menino se apaixona pela mãe, sofre a ameaça de castração pelo pai e desiste da mãe e passa a se identificar com o pai.(ponto) Essa é a forma mais simplista de se abordar esse Complexo, que para rigor do método deverá sempre ser encarado nas duas direções de investimento e de identificação.

Na verdade desde o início todo sujeito psíquico fará investimento nos dois sentidos(bissexualidade), acabará priorizando uma das correntes de investimento(hetero ou homo erótico) e se identificando com um dos progenitores(função pai ou função mãe). Todas as formas de investimento ou identificações, são saídas possíveis para o Complexo de Édipo, não constituindo qualquer anormalidade nisso.

A importância da função paterna será muito sublinhada pela corrente lacaniana, já que opera a castração que lança o sujeito no mundo simbólico a na relação objetal. Essa função passa pela mãe necessariamente, pela aceitação que ela tem da lei imposta pelo pai(tabu do incesto). Esse corte da função pai não necessariamente virá de uma figura masculina paterna, mas de tudo aquilo que separa o desejo da mãe daquela criança, liberando a criança como ser desejante, ou como sujeito psíquico. Nesse caso as instituições sociais(como o trabalho da mãe, atividades de prazer, etc) poderão cumprir muito bem essa função.

Freud fala sobre essa forma final que dá ao Complexo de Édipo em seu texto "O Ego e o Id", no vol XIX de suas Obras completas, diz ele:

"Em minha opinião, é aconselhável, em geral, e muito especialmente no que concerne aos neuróticos, presumir a existência do Complexo de Édipo completo. A experiência analítica demonstra então que, num certo número de casos, um ou outro dos constituintes desaparece, exceto por traços mal distinguíveis; o resultado então é uma série com o complexo de Édipo positivo normal numa extremidade e o negativo invertido na outra, enquanto que os seus membros intermediários exibem a forma completa, com um ou outro dos seus dois componentes preponderando. Na dissolução do complexo de Édipo, as quatro tendências em que ele consiste agrupar-se-ão de maneira a produzir uma identificação paterna e uma identificação materna"

...mais adiante:

"O amplo resultado geral da fase sexual dominado pelo complexo de Édipo pode, portanto, ser tomada como sendo a formação de um precipitado no ego, consistente dessas duas identificações unidas uma com a outra de alguma maneira. Esta modificação do ego retém a sua posição especial; ela se confronta com os outros conteúdos do ego como um ideal do ego ou superego"

O que leva a essa predominância não será nunca algo que se inscreve somente no Édipo e sua dissolução, ali se coloca a escolha de objeto. Sabemos bem que o que determina uma sexualidade hetero ou homo afetiva ainda não está totalmente esclarecido, e, durante a fase do Complexo de Édipo isso encontraria seu principal objeto de investimento.

Embora se admitam alguns padrões descritos no Complexo de Édipo proposto por Freud como universal e fundamental (alguns pós-freudianos discordam disso)a passagem por ele será sempre algo único e totalmente individualizado, inscrito naquela dinâmica e história familiar.

O Complexo de Édipo é apontado pela teoria e método freudiano como uma herança filogenética(ver: protofantasias), que vem com todos os sujeitos psíquicos, sua elaboração e dissolução é que será diferente para cada novo sujeito desejante.

Entendemos que para explicar a homossexualidade teríamos que explicar a origem da sexualidade como um todo, e seguindo essa linha ficaremos com o pulsional -> limite entre o somático e o psíquico. A homossexualidade seguirá sempre sendo uma das possibilidades de orientação da corrente sexual que poderá ser direcionada para um objeto homo ou hetero-sexual, ou, ainda, não definir prioridade e seguir investindo tanto no homo quanto no hetero, formando assim a bissexualidade, que é ainda mais "resistida" e "recalcada" do que a prevalência homoerótica e talvez seja onde se fundam as patologias que se apóiam no recalque da homossexualidade.

Relendo um texto freudiano, encontramos uma passagem muito exemplar, escrita há tanto tempo atrás por esse homem genial, falando do respeito que devemos manter(neutralidade) pelas escolhas dos pacientes, diz:

"Recusamo-nos, da maneira mais enfática, a transformar um paciente que se coloca em nossas mãos em busca de auxílio, em nossa propriedade privada, a decidir por ele o seu destino, a impor-lhe os nossos próprios ideais*, e, com o orgulho de um Criador a formá-lo à nossa imagem e verificar que isso é bom"(Obras completas vol XVII - artigo: "Linhas de progressos na terapia psicanalítica" - pág 207)

*(crenças, orientação sexual, etc)

Isso combina perfeitamente com o que está disposto em recente Código de Ética, aprovado em agosto de 2005, para o profissional Psicólogo. Freud escreveu o texto, do qual esse trecho foi retirado, em 1918.

FONTE: Clique Aqui

Homofobia

Vivências profissionais - Aula dia 30/03/2010

A palestrante Antônia, é bacherel em advocacia, psicóloga formada da UCS em psicanálise, formação também em cognitivo comportamental e trabalha na área clínica. Falou-nos sobre homossexualismo e definiu este como apegos emocionais que implicam em atração sexual ou relações sexuais entre indivíduos de um mesmo sexo. Foi comentado por Antônia sobre a angústia de castração, sobre o édipo invertido entre outras questões relacionadas a esta fase de desenvolvimento do ser humano.

sábado, 27 de março de 2010

Milhares de pessoas no mundo precisam de sua ajuda, o Down, precisa do seu Respeito

Síndrome de Down

A palestrantre da aula de hoje, nos falou sobre a sua experiência com pessoas que tem a síndrome de down. Nos disse que devemos estar no lugar de quem está se analisando. Que aprendemos muito nos submetendo a própria análise. Que temos que reconhecer quando não estamos aptos a receber determinado paciente. Disse que em sua vida profissional preferiu não trabalhar com adolescentes, porém atendeu estes no início e aos poucos foi encaminhando os mesmos para outros profissinais. Disse que não adianta incluir uma criança especial, se a mesma não consegue interagir. Que isso se torna uma inclusão com exclusão. A discussão na sala foi sobre a inclusão e preparo de professores para trabalhar com crianças especiais.

Helen Keller Caxias do Sul-RS

Vivências profissionais

A aula teve como palestrante a Psicóloga Cátia Vianna. Esta nos falou de suas vivências desde que começou na Psicologia. Que passou pelo Helen Keller onde trabalhou com crianças com deficiência auditiva. Que depois foi trabalhar em consultório, fez pós-hospitalar iniciando como estágiária no Hospital Pompéia em Caxias do Sul e que, após algum tempo foi efetivada. Falou-nos que no luto, precisamos mais que terapia, uma espiritualidade. Falou sobre o atendimento que fez as vítimas do acidente da TAM, entre outras...

quinta-feira, 4 de março de 2010

Não posso pagar (para descontrair)

Aula 2 - Debate

Foi muito debatido em aula a questão de honorários cobrados por psicólogos. Que forma seria a mais adequada. Como devemos ou não proceder quando formados e após alguns anos de trabalho. Como podemos ou não reagir a questões de assistência, quando por exemplo um paciente perde o emprego. Enfim, um assunto bem polêmico. Penso que, apesar de ser um debate oportuno, apenas saberemos o que nos aguarda no dia a dia de nossas vidas. Pesquisando na internet, encontrei vários sites de pessoas que já clinicam via web. Segue um para provocar mais ainda até onde atua o psicólogo contemporâneo. Neste, o custo de cada sessão de orientação psicológica é R$ 28,00. Divirtam-se :)
Psicologia pela WEB

A Psicologia a caminho do novo século: identidade profissional e compromisso social

O tema “A Psicologia a caminho do novo século: identidade
profissional e compromisso social” foi desenvolvido aqui a
partir de três aspectos: um pequeno resgate histórico sobre o
vínculo da Psicologia com a sociedade brasileira, buscando
caracterizar sua relação com esta sociedade; em seguida,
desenvolver a perspectiva da profissão comprometida com a
realidade social, apresentando alguns critérios para se julgar
o compromisso social de práticas e saberes da Psicologia,
além da defesa de que a Psicologia, como saber e fazer,
se desenvolva sempre vinculada à sociedade que a acolhe; e
para finalizar, trazer a questão da identidade profissional do
psicólogo, partindo do princípio de que identidade deve ser
sempre vista como metamorfose e como movimento permanente
de transformação. O texto pretende ser uma defesa de
uma identidade para os psicólogos que seja movimento e
transformação, porque é reflexo do vínculo que a Psicologia
deve manter com a sociedade, que está sempre em movimento,
vínculo este de compromisso com as necessidades e
demandas da maioria da população brasileira.


Ana Mercês Bahia Bock
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo