domingo, 18 de abril de 2010

Psicologia das Emergências

O assunto “trauma” vem adquirindo novos significados, considerando principalmente
acontecimentos sociais recentes, sejam eventos adversos, catástrofes, desastres,
sejam as situações-limite vividas pelas pessoas no cotidiano urbano. A psicologia
das emergências estuda o comportamento das pessoas nos acidentes e desastres
desde uma ação preventiva até o pós-trauma e, se for o caso, subsidia intervenções
de compreensão, apoio e superação do trauma às vítimas e profissionais do SAMU.
O assunto se estende às questões que vão desde a experiência pessoal do trauma
até os eventos adversos provocados por calamidades, sejam estas naturais e/ou
provocadas pelo homem. A psicologia das emergências é um tema de angústia
pública, sentimento difuso de mal-estar que se origina dos acontecimentos públicos
traumáticos, chamados estressores, tais como os acidentes de trânsito com vítima,
assim como os provenientes das demais situações limites de toda a violência
urbana. O trauma é uma experiência que explode a capacidade de suportar um
revés, traz a perda de sentido, desorganização corporal e paralisação da
consciência temporal, pode deixar marcas que influenciam a criatividade e a
motivação para a vida. Os objetivos nos primeiros auxílios psicológicos são de aliviar
as manifestações sintomáticas e o sofrimento, reduzindo os sentimentos de
anormalidade e de enfermidade. Um dos objetivos é a familiarização com temas
considerados complexos e muitas vezes distantes das discussões sobre trauma
psicológico, sendo que o problema da pesquisa é a compreensão da psicologia das
emergências e como colocá-la em prática. Os autores mais utilizados são Edgar
Morin, Alfredo Moffatt, Serge Moscovici, Gilles Deleuze e Michel Foucault, dentre
outros. São abordados os temas do não-reducionismo, da epistemologia de si
mesmo e da relação da Teoria das Representações Sociais com o EMDR
(dessensibilização e reprocessamento através de movimentos oculares). O método
desta pesquisa, com suporte na observação participante refere às questões da
complexidade, análise multirreferencial e de implicação. As técnicas mais utilizadas
foram entrevistas, grupos focais-“histórias significativas” e análise documental. É
indicado, como atitudes favoráveis pensar não a partir de algo, mas, sobretudo sobre
algo e que para mudar o modo de agir torna-se necessário modificar a imagem que
uma pessoa tenha de si próprio. Como conclusões da pesquisa, observou-se: que
as pessoas acidentadas trazem outros acontecimentos considerados difíceis junto
com o depoimento sobre o acidente, como situações de luto e de sofrimento com
familiares; que o estresse pós-traumático não é uma conseqüência inevitável do
trauma; que não há nenhuma orientação, ou rotina, nas missões de socorros e nos
documentos oficiais do SAMU sobre o tema psicologia das emergências. Também
são indicadas considerações finais sobre os temas da Síndrome de Burnout, sobre a
influência da instituição no cotidiano dos atendimentos, sobre a relação da clínica
com a psicologia social.
Fonte: A Psicologia das Emergências

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